Ablação de Tireoide
A ablação da tireoide se refere a uma série de procedimentos minimamente invasivos usados para tratar nódulos da tireoide, tanto benignos quanto malignos. Essa técnica é frequentemente utilizada como alternativas à cirurgia e apresenta benefícios como preservação da função da tireoide e taxas de complicações reduzidas. A seguir, você terá oportunidade de aprender um pouco e tirar suas dúvidas sobre ablação de tireoide.
Como é Realizada a Ablação de Tireoide?
A ablação da tireoide é normalmente realizada sob orientação de ultrassom para garantir precisão e minimizar complicações. O procedimento é geralmente bem tolerado, com baixas taxas de complicações e pode ser realizado em ambiente ambulatorial ou clínica médica especializada.
Os métodos mais comuns de ablação da tireoide incluem:
1. Ablação por radiofrequência (RFA): Esta técnica utiliza corrente alternada de alta frequência para gerar calor, causando necrose coagulativa do nódulo. A RFA é amplamente usada para nódulos benignos da tireoide. Atualmente, está sendo cada vez mais utilizada para determinadas condições malignas, como pequenos cânceres papilares da tireoide, especialmente quando a cirurgia não é viável.
Figura 1. Ablação Por Radiofrequência (RFA).
2. Ablação por micro-ondas (MWA), Ablação à laser (LA) e ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU): Estas são outras técnicas de ablação térmica que aplicam calor para destruir o tecido da tireoide. Elas são usadas para o tratamento de nódulos benignos e alguns malignos, com diferentes graus de utilização e evidências que apoiam o uso.
3. Injeção Percutânea de Etanol (PEI): Utilizado principalmente para nódulos císticos da tireoide, o PEI envolve a injeção de etanol para induzir necrose. É menos comumente usado para nódulos sólidos em comparação com técnicas térmicas.
Embora essas técnicas ofereçam vantagens como preservação da função da tireoide e prevenção de riscos cirúrgicos, elas exigem seleção cuidadosa do paciente e experiência do médico para atingir resultados ideais.
Quais as Principais Indicações para Ablação de Tireoide?
A ablação da tireoide é indicada para várias condições, com foco principal em nódulos tireoidianos benignos e alguns malignos. As indicações comuns incluem:
1. Nódulos tireoidianos benignos: a ablação por radiofrequência (RFA) é cada vez mais usada para nódulos tireoidianos benignos sintomáticos, especialmente quando causam sintomas compressivos ou preocupações estéticas. É uma opção preferencial para pacientes que recusam a cirurgia ou não são candidatos cirúrgicos adequados.
2. Nódulos tireoidianos com funcionamento autônomo (AFTN): a RFA pode ser usada para AFTNs, particularmente quando são pequenos ou quando os pacientes não são elegíveis para cirurgia. Essa abordagem ajuda a controlar o hipertireoidismo associado a esses nódulos.
3. Microcarcinoma papilar da tireoide (PTMC): em casos selecionados, particularmente quando os pacientes recusam a cirurgia ou apresentam alto risco cirúrgico, a RFA é considerada para tratar pequenos cânceres papilares da tireoide. Esta aplicação está sendo avaliada e a seleção cuidadosa do paciente é crucial.
4. Câncer de tireoide recorrente: Técnicas de ablação térmica, incluindo RFA, são algumas vezes usadas para câncer de tireoide recorrente em linfonodos, especialmente quando a reintervenção cirúrgica não é viável.
A escolha do tratamento deve ser individualizada, e os pacientes devem consultar seu médico para determinar a abordagem mais apropriada com base em suas necessidades clínicas específicas.
Ablação de Tireoide é um Método de Tratamento Eficiente para Nódulos de Tireoide?
A eficácia da ablação da tireoide para nódulos benignos sintomáticos, nódulos com funcionamento autônomo e microcarcinoma papilar da tireoide (PTMC) pode ser avaliada por meio dos resultados de alguns estudos:
1. Nódulos benignos sintomáticos: a principal medida de eficácia é a redução do volume do nódulo e a melhora dos sintomas e preocupações estéticas. Estudos demonstraram que a ablação por radiofrequência (RFA) e outras técnicas de ablação térmica podem atingir uma redução significativa do volume do nódulo, geralmente maior que 50%, que é mantida ao longo do tempo. Os escores de sintomas e aparência também melhoram significativamente após a ablação, indicando alívio dos sintomas compressivos e melhora com as preocupações estéticas.
2. Nódulos tireoidianos com funcionamento autônomo (AFTN): para AFTNs, a eficácia é avaliada pela redução do volume e normalização da função tireoidiana. A ablação térmica demonstrou reduzir significativamente o volume do nódulo e permitir a retirada de medicamentos antitireoidianos em uma grande proporção de pacientes. Os níveis séricos de TSH geralmente aumentam após a ablação, refletindo a melhora da função tireoidiana.
3. Microcarcinoma papilífero da tireoide (PTMC): no PTMC, a eficácia é avaliada pela ausência de progressão da doença, incluindo metástase e recorrência dos linfonodos, bem como redução de volume e desaparecimento do tumor. Estudos de longo prazo indicam que a ablação térmica é eficaz no tratamento do PTMC de baixo risco, com altas taxas de desaparecimento do tumor e baixas taxas de progressão da doença.
No geral, esses resultados sugerem que a ablação da tireoide é uma alternativa viável e eficaz à cirurgia para essas condições. No entanto, a seleção do paciente, a experiência do médico radiologista intervencionista e o monitoramento cuidadoso são cruciais para garantir resultados ideais.
Quais as Vantagens da Ablação de Tireoide em Relação a Cirurgia Tradicional?
A ablação da tireoide, particularmente a ablação por radiofrequência (RFA), oferece vários benefícios em comparação aos tratamentos tradicionais para nódulos da tireoide, especialmente considerando sua natureza minimamente invasiva.
1. Abordagem minimamente invasiva: a RFA é realizada com anestesia local em um ambiente ambulatorial ou clínica médica especializada, reduzindo a necessidade de anestesia geral e hospitalização. Isso resulta em tempo de recuperação mais curto e menor interrupção na rotina diária.
2. Eficácia na redução de volume: a RFA é eficaz na redução significativa do volume de nódulos benignos da tireoide, frequentemente alcançando uma redução de mais de 50%, que é mantida ao longo do tempo.
3. Preservação da função da tireoide: ao contrário da cirurgia, que pode levar ao hipotireoidismo, a RFA preserva a função da tireoide, minimizando a necessidade de reposição hormonal da tireoide ao longo da vida.
4. Taxas de complicações mais baixas: a RFA tem um risco menor de complicações, como lesão do nervo laríngeo recorrente e hipoparatireoidismo, em comparação com opções cirúrgicas. Isso a torna a ablação de tireoide uma alternativa mais segura para pacientes com alto risco de complicações cirúrgicas.
5. Melhor qualidade de vida: pacientes submetidos à RFA relatam melhores resultados de qualidade de vida em comparação com aqueles submetidos à cirurgia, devido ao menor risco de complicações, menor cicatriz e recuperação mais rápida.
6. Custo-efetividade: a RFA geralmente é uma opção com menor custo do que a cirurgia, considerando a necessidade reduzida de hospitalização e cuidados pós-operatórios.
7. Indicações para condições específicas: a RFA é particularmente benéfica para pacientes com nódulos benignos sintomáticos, nódulos com funcionamento autônomo e casos selecionados de microcarcinoma papilar da tireoide (PTMC), especialmente quando a cirurgia não é viável ou desejada.
Quais são os Riscos da Ablação de Tireoide?
A ablação da tireoide, particularmente a ablação por radiofrequência (RFA), é geralmente considerada segura, mas traz alguns riscos. A taxa geral de complicações é relativamente baixa, mas entender esses riscos é importante para uma tomada de decisão informada.
1. Complicações principais: Hemorragia, rouquidão devido à lesão do nervo recorrente laríngeo e necrose asséptica sintomática. A incidência das principais complicações é em torno de 1,94%. A rouquidão é uma preocupação devido à proximidade do nervo recorrente laríngeo e pode ser transitória ou, raramente, permanente.
Figura 2. Proximidade da Veia Jugular Interna, Artéria Carótida, Nervo Recorrente e Tireoide.
2. Complicações menores: São mais comuns e incluem hematoma, queimaduras na pele e alterações transitórias na voz. A taxa geral de complicações menores é de aproximadamente 2,45%.
3. Disfunção da tireoide: Há risco de disfunção transitória da tireoide, principalmente na primeira semana após o procedimento. Isso pode se manifestar como tireotoxicose ou, menos comumente, hipotireoidismo. O risco é maior em pacientes com determinadas características basais, como níveis de TSH baixos-normais ou altas proporções de volume de ablação.
4. Outros riscos: complicações raras incluem lesão do plexo braquial e ruptura tumoral. Elas são incomuns, mas foram documentadas na literatura.
Existem Fatores de Riscos para Complicações?
Sim. Os principais fatores de risco para complicações são: maior volume do nódulo, maior poder de ablação e certas localizações de nódulo (por exemplo, nódulos dorsais) aumentam o risco de complicações como hemorragia e rouquidão.
Embora a RFA seja uma opção de tratamento minimamente invasiva e eficaz, é fundamental considerar os riscos e conversar com os profissionais de saúde para adaptar o tratamento às necessidades individuais do paciente. A seleção adequada do paciente e a experiência dos profissionais envolvidos são essenciais para minimizar esses riscos.
Quais os Benefícios da Ablação de Tireoide em Relação ao Tratamento Cirúrgico?
A ablação por radiofrequência (RFA) para nódulos tireoidianos, especialmente em comparação com opções cirúrgicas, apresenta um perfil de risco distinto.
A literatura indica que a RFA geralmente tem uma taxa de complicações menor em comparação com a cirurgia, especialmente em relação a complicações maiores, como hemorragia e lesão nervosa.
O tratamento cirúrgico de nódulos tireoidianos, como a tireoidectomia, apresenta riscos, incluindo lesão do nervo recorrente laríngeo, que pode levar a rouquidão permanente, e hipoparatireoidismo devido a danos nas glândulas paratireoides. Essas complicações são mais prevalentes em procedimentos cirúrgicos do que na RFA.
Sendo minimamente invasiva, a RFA está associada a menos complicações. Estudos mostraram que o risco de complicações maiores, como lesão nervosa permanente, é significativamente menor com a RFA em comparação com a cirurgia. Além disso, a RFA resulta em menor perda de sangue, estadias hospitalares mais curtas e tempo de recuperação mais rápido. O risco de complicações transitórias, como alterações temporárias na voz, também é menor com a RFA.
No geral, a RFA oferece um perfil mais seguro com menos riscos de complicações maiores em comparação com as opções cirúrgicas, tornando-se uma alternativa atraente para pacientes que são candidatos adequados. No entanto, a seleção de pacientes e a experiência do médico no procedimento são cruciais para otimizar os resultados. É importante que os pacientes discutam essas opções com seus profissionais de saúde para determinar o tratamento mais apropriado com base em suas circunstâncias individuais.
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